RESUMO
Código: 202
Tema: Estrutura de Capital e Valor

 

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Estrutura de Capital e Concentração de Propriedade da Empresa Brasileira
 

Teorias têm sido propostas como capazes de explicar a estrutura de capital da empresa. Conflitos de agência são capazes de interferir na forma de financiamento da empresa, estando aí a assimetria informativa. A verificação de determinantes da estrutura de capital é apontada como pesquisa relevante, notadamente em mercados emergentes. Neste contexto, a literatura tem apontado a necessidade de pesquisa específica sobre o efeito da estrutura de propriedade sobre a estrutura de capital.

O problema de pesquisa do trabalho é: Qual o efeito da concentração de propriedade sobre a estrutura de capital? Diante de tal problema o objetivo do trabalho é analisar, sob a ótica das proposições associadas aos Custos de agência, o efeito da concentração de propriedade sobre a estrutura de capital.

No Brasil, há argumentos associados à utilização da política de endividamento com algumas finalidades que podem ser influenciadas pela concentração de propriedade: grandes acionistas evitam a ameaça de perda do controle representada pela emissão de ações, ou mesmo como instrumento de monitoramento da direção executiva. Além disto, a não emissão de ações, somada à insuficiência de lucros retidos para financiamento, pode aumentar o endividamento.

Os modelos estimados usam Método Generalizado de Momentos (GMM) e têm como variável dependente o endividamento da empresa. As variáveis independentes são: concentração de propriedade, quadrado da concentração de propriedade, rentabilidade, tamanho, tangibilidade e oportunidades de investimento. A amostra é um painel de dados composto por 2.324 observações anuais de 266 empresas não financeiras cotadas na BM&FBovespa no período 1996-2012. Os dados foram obtidos do sistema Economática.

Encontrou-se uma associação linear positiva entre concentração de propriedade e endividamento, como também um efeito quadrático inverso da concentração de propriedade, o que indica um limite deste efeito positivo, a partir do qual o excesso de concentração reduz a capacidade de endividamento. Também se observa o efeito positivo do tamanho e do grau de tangibilidade para o endividamento. A rentabilidade apresenta efeito negativo sobre o endividamento.