RESUMO
Código: 204
Tema: Abordagens Relacionais às Organizações

 

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As Influências do Capital Social Na Formação do Campo Organizacional do Circo Contemporâneo: Um Estudo no Canadá
 

O capital social tem sido tema de diversas pesquisas tanto em âmbito nacional quanto internacional (Castro, Lopes & Neves, 2010). As pesquisas realizadas têm se apoiado em diferentes correntes teóricas e critérios metodológicos, que podem ser identificados no momento em que adentramos na discussão dos estudos desenvolvidos. Um dos campos de pesquisa que tem se fortalecido na área de Administração, ainda com poucos estudos que possibilitem a compreensão de sua organização é o campo das artes.

O objetivo deste artigo é discutir as influências do capital social na constituição do campo organizacional do circo contemporâneo no Canadá. Para tanto, consideramos capital social como sendo um conjunto de normas, redes e organizações por meio das quais os indivíduos obtêm acesso a poder e a recursos para a tomada de decisão e a formulação de políticas.

A discussão sobre o capital social está apoiada em Bourdieu (1986), Coleman (1988), Putnam (1993; 1995; 2001; 2002), Nahapiet e Ghoshal (1998), Cook (2001), Lin (1999; 2001), Lin et al (2001), Fine (2001), Farr (2004), Castro, Lopes e Neves (2010), Portes e Vickstrom (2011). Observamos que um dos campos organizacionais em que o capital social se apresenta fortemente em sua constituição é o das artes, especialmente devido aos processos informais e pessoais de desenvolvimento das artes.

A pesquisa qualitativa foi desenvolvida na cidade de Montréal, província de Quebeque, Canadá, em 2013. Foram entrevistados gestores das três organizações que atuam na regulamentação e disseminação das artes no circo canadenses, além de gestores de oito das maiores companhias circenses contemporâneas canadenses. Foram utilizados dois roteiros de entrevistas, sendo um para cada grupo de gestores.

Os resultados indicam que trabalhar em grandes companhias circenses é um dos meios de constituir o capital social dos artistas, possibilitando a formação, acesso a redes de profissionais da área e possíveis parceiros de trabalho. Se a incorporação de práticas de gestão às práticas artísticas resulta no fortalecimento dos produtores culturais, o capital social possibilita a articulação dos artistas em organizações para produzir vias alternativas de acesso a recursos financeiros.