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Tomar chimarrão é considerado uma questão cultural para o gaúcho, de preservação da própria identidade. Porém, no Rio Grande do Sul pode-se observar mudanças nos hábitos de consumo e também no cultivo da erva-mate, como a adição de chás e até mesmo o surgimento do cultivo da erva-mate orgânica (HARTMANN, 2005). Segundo Mosele (2002) há uma diminuição de consumidores do mercado de erva-mate, o qual está cada vez mais ameaçado pelos concorrentes de outras bebidas.
Tendo em vista que os gaúchos são considerados fiéis à tradição de consumir a erva-mate, independente de sua classe social, este trabalho visa identificar os hábitos de consumo de erva-mate para chimarrão das pessoas de diferentes classes sociais no município gaúcho (Cerro Largo). Importante destacar que, neste trabalho, consideram-se hábitos de consumo a frequência e os horários em que os indivíduos tomam chimarrão, a idade em que se começou a tomar chimarrão e onde este hábito foi adquirido.
Em virtude do aspecto cultural e da relação até emocional do gaúcho com o chimarrão, bem como dadas as mudanças nos preços da erva-mate, é que surge o interesse para o desenvolvimento deste estudo, visto que os hábitos de consumo dos indivíduos podem ser influenciados por diversos fatores. Assim, a revisão bibliográfica deste estudo abrange a discussão acerca da classe social como moderadora do consumo e sobre a produção e consumo da erva-mate.
O delineamento proposto é de natureza quantitativa, constituindo-se em uma pesquisa descritiva com corte transversal único. Para a coleta de dados, empregou-se um questionário estruturado, composto por 32 questões. Utilizou-se a amostragem não probabilística por conveniência. Os questionários foram aplicados em diferentes momentos e locais de uma cidade do interior do estado Rio Grande do Sul, como nas residências, comércio local, universidade, bairros e locais com alto fluxo de pessoas.
Foram investigados 200 tomadores de chimarrão. Os resultados apontam que a maioria dos respondentes começou a tomar chimarrão com regularidade com menos de 18 anos. Ainda, constatou-se que a frequência com que os consumidores compram erva-mate é predominantemente mensal. Relacionando esta frequência de compra com as classes sociais, percebe-se que a classe A compra semanalmente, a classe B compra semanalmente e mensalmente, enquanto que a classe C compra erva-mate mensalmente.
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