RESUMO
Código: 226
Tema: Estrutura de Propriedade e Reestruturações

 

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“tamanho É Documento’’? Uma Análise do Beta Contábil em Empresas Comerciais Paulistas de Capital Fechado
 

O objetivo deste estudo é analisar se o porte e o segmento de atuação das empresas são variáveis que interferem na sensibilidade do risco no custo de capital próprio. Foi apurado que de fato existem diferenças estatísticas entre as distribuições de empresas por porte e por segmento de atividade, além de que os ativos com menor risco apresentaram maior retorno (ROE), situação talvez explicada dentro de uma ótica mais voltada a finanças comportamentais do que à lógica da eficiência de mercados.

Diante da dificuldade de avaliar o custo do capital próprio, com amostra de mais 3000 empresas de médio/grande porte, dentro de segmentos do comércio e do comércio paulista, por meio do Beta Contábil, o objetivo deste estudo é descobrir se o porte das organizações de capital fechado e o segmento de atividade seriam variáveis que interferem na avaliação de risco, além dos objetivos secundários como descrever as características principais das empresas da amostra relacionadas ao risco e ao retorno.

Watts e Zimermman (1986) apresentam que os lucros contábeis são aproximadores dos fluxos de caixa, assim, um beta contábil (estimado com base na covariância entre os lucros da entidade e os lucros do mercado, dividido pela variância dos lucros do mercado) poderia ser também um aproximador do beta da organização. O modelo deste estudo foi o proposto por Beaver e Manegold (1975), Thompson (1976) e replicado, no Brasil, por Ribeiro Neto e Famá (2001).

Elaboração dos betas contábeis das empresas com base no modelo adaptado de Ribeiro Neto e Famá (2001): ß_i^c= ((?lucro empresa-R_f ))/((?lucro setor-R_f )), com ajuste dos demostrativos pela inflação acumulada no período, separação das amostras por segmentos do comércio e pelos portes das empresas, com posterior comparação de médias pelo Teste de Kruskal-Wallis, dada a ausência de normalidade e de homogeneidade dos dados.

O comércio de bens de capital foi o que apresentou maior beta contábil, seguido pelo comércio de metalúrgicos, sujeitos a políticas públicas e ao nível de atividade da indústria. Os betas contábeis mais baixos foram os de produtos de compra recorrentes, como os comércios de produtos de farmácia, de combustíveis, de materiais de construção e de alimentos. Já os betas das empresas médias apresentam maiores betas, em contrapartida, as maiores empresas apresentam os menores betas.