RESUMO
Código: 275
Tema: Estrutura de Capital e Valor

 

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: Influência do Fluxo de Caixa Na Velocidade de Ajuste da Estrutura de Capital das Empresas Brasileiras de Capital Aberto
 

A literatura não é consensual sobre a influência do fluxo de caixa na estrutura de capital. Sabe-se que os custos de transação estão relacionados com a velocidade de ajuste. Estudos anteriores dão indícios de que o fluxo de caixa permite um ajuste da estrutura a custos de transação marginais. A partir de uma amostra de empresas brasileiras de do período de 2003-2013, os resultados da pesquisa apresentam que empresas que geram fluxo de caixa ajustaram mais rapidamente a sua estrutura de capital.

O problema de pesquisa deste estudo é: o fluxo de caixa influencia a velocidade com a qual a estrutura de capital é ajustada em direção ao ponto ótimo? Com isso, o presente artigo visa preencher a lacuna na literatura de finanças corporativas do Brasil que diz respeito aos fatores que influenciam as decisões de financiamento das empresas brasileiras.

Segundo Flannery e Rangan (2006), a velocidade de ajuste da estrutura de capital é diretamente relacionada com os custos de transação. A partir disso, Faulkender, Flannery, Hankins e Smith (2012) verificaram que empresas que geraram caixa (positivo ou negativo) apresentaram maior velocidade de ajuste. Constataram, assim, que a geração de caixa gera oportunidade para as empresas ajustarem sua estrutura de capital a custos de transação marginais.

A amostra é composta por empresas brasileiras listadas em bolsa referente ao período 2003-2013. Seguindo Faulkender et al (2012), estimamos a velocidade de ajuste da estrutura de capital a partir modelo indireto de ajustamento parcial. Primeiro, estimamos o endividamento alvo com as variáveis sugeridas por Flannery e Rangan (2006) e em seguida, estimamos a velocidade de ajuste. Em ambas estimações, utilizamos MQO com erros robustos para dirimir o viés causado pela heteroscedasticidade.

Podemos verificar que as empresas sobre-endividadas ajustaram mais rapidamente que as sub-endividadas. Empresas cujo fluxo de caixa era menor que o desvio, ajustaram a sua estrutura a uma determinada velocidade e, quando o fluxo se esgotou, os ajustes ainda foram feitos, mas a uma velocidade menor. As empresas que apresentaram fluxo de caixa maior que o desvio, elas usaram o fluxo de caixa para preencher todo o desvio, e quando o nível de endividamento atingiu o alvo, a velocidade zerou.