Muitas evidências apontam que o ensino em Administração apresenta problemas, dentre eles a relação entre teoria/prática, de modo que se faz necessário uma maior discussão sobre o assunto que possa levar a uma conscientização generalizada da problemática, visto que as mudanças são lentas e difíceis de serem implementadas. Esta é a tônica que governa este texto, uma preocupação em analisar como a academia brasileira está visualizando os problemas que assonam o ensino e pesquisa em Administração.
Considerando que a problemática que motivou a pesquisa traduz-se na questão de “como a academia brasileira em administração percebe os problemas que assolam o ensino e a pesquisa em administração?”, esta pesquisa tem por objetivo descrever como a academia brasileira em administração percebe os problemas enfrentados no ensino e pesquisa em administração.
Deste modo, nosso olhar para a problemática envolvendo a relação entre teoria e prática na formação do administrador dá conta de reconhecer como possível sua formação profissional admitindo como pressuposto indispensável o aporte das vivências no ambiente performativo do gestor, pois a partir desta vivência se legitima o uso como mediador do sentido (MATTOS, 2003), a manutenção (não negação) do enunciado teórico (POPPER, 1989) e a experiência como um saber genuíno (BONDIA, 2002).
Esta pesquisa caracteriza-se por ser descritiva, com abordagem qualitativa com viés indutivo, e o procedimento metodológico para acessar a produção em Administração foi a seleção de textos no EnANPAD entre os anos de 2004 até 2014 (11 anos), em especial à área temática EPQ, já que estes apresentam maior relação com a temática da pesquisa. A seleção contou com um corpus finalístico de 47 textos, depurados em constantes rodadas de classificação que contou com a participação de todos os autores
Três grupos de discussão foram identificados de forma emergente nos textos: (1) ambientes de aprendizagem; (2) desenvolvimento de competência e; (3) indissolubilidade entre teoria e prática. Embora o grupo 3 trate de forma central a relação entre teoria e prática, parece que não se reconhece a legitimidade da prática enquanto saber específico e com estatuto próprio de legitimidade, tendo por argumento que deve-se unir a prática na formação docente como algo complementar.
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