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A previsão de insolvência pode ser utilizada por investidores para a análise de risco das empresas. Ela torna possível prever uma situação financeira, de forma que os prejuízos financeiros sejam evitados ou reduzidos. Estes prejuízos podem gerar custos que atingem diretamente funcionários, gestores, acionistas, fornecedores. Eles podem atingir até mesmo a sociedade em geral, já que o recolhimento de tributos gerado pelas empresas pode ser aplicado para o bem comum da sociedade.
A contabilidade brasileira foi revolucionada com a adoção das normas internacionais de contabilidade e pela Lei 11.638 de 2007. No período anterior às normas internacionais, as empresas mantinham algumas práticas permitidas pelo fisco, mas que às vezes distorciam a realidade econômica da empresa nas demonstrações contábeis. Esta pesquisa tem o objetivo de analisar a influência da adoção das normas internacionais de contabilidade na previsão de insolvência empresarial.
Inicialmente aborda-se na revisão de literatura a relevância da informação contábil, por fornecer suporte teórico para a utilização dos indicadores contábeis como variáveis explicativas. Também são revisadas as normas internacionais de contabilidade, o histórico, objetivos e implantação no Brasil. E para compreender os caminhos e métodos utilizados em torno da temática realizou-se uma revisão das pesquisas similares recentemente publicadas em periódicos nacionais e internacionais.
Os dados das demonstrações contábeis foram todos obtidos na base de dados do Economática e também no site da BM&FBOVESPA no período entre 2004 e 2013. O conjunto de variáveis explicativas é composto por 29 indicadores contábeis. A amostra contém 47 empresas insolventes, destas 22 entraram em recuperação judicial e outras 25 apresentaram passivo a descoberto. Cada uma das empresas insolventes foi emparelhada com outra do mesmo segmento, com o valor do ativo mais próximo e considerada solvente.
Foram realizados testes estatísticos por meio da Análise Discriminante pelo método stepwise. Nestes testes, o objetivo é identificar as variáveis mais relevantes para a classificação das empresas e o nível de acerto do modelo foi desenvolvido. Com base nestes dados é possível afirmar que houve variação significativa nos demonstrativos contábeis e a média de acertos após a adoção das normas internacionais de contabilidade aumentou em 8,6%.
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