RESUMO
Código: 349
Tema: Técnicas de Investimento

 

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O Ouro Atua Como Hedge Ou Valor Refúgio Diante de Desvalorizações da Bm&fbovespa?
 

Predomina no mercado financeiro a percepção de que preço do ouro e das ações tendem a mover-se em direções opostas. Assim, o ouro alcançou grande reputação como um ativo financeiro que oferece benefícios de diversificação contra as variações nos preços das ações e que, ao mesmo tempo, pode desempenhar o papel de valor refúgio contra movimentos extremos do mercado. O objetivo deste trabalho é verificar, empiricamente, se o ouro possui tal característica no mercado brasileiro.

Este trabalho tem por finalidade investigar se ouro atua como valor refúgio ou hedge diante de desvalorizações da BM&FBOVESPA. No primeiro caso, a relação de dependência ocorre somente nas caudas das distribuições de retorno dos ativos; enquanto no segundo, verificamos a existência de movimentos independentes ou opostos somente na média e não numa região específica da distribuição conjunta.

A capacidade do ouro em agir como hedge contra a inflação foi analisada por alguns estudos (CHUA e WOODWARD, 1982; JAFFE, 1989; BLOSE, 2010; WANG et al., 2011). Outros examinaram o comportamento do ouro em relação ao mercado de ações (BAUR e LUCEY, 2010; BAUR e MCDERMOT, 2010). Outros relacionaram o ouro ao câmbio (CAPIE et al., 2005; JOY 2011) e a títulos do governo (BAUR e MCDERMOT 2012). Enquanto que Baur et al. (2014) buscaram desenvolver um modelo de precificação do ouro.

Para testar as propriedades de valor refúgio e de hedge do ouro, adotamos uma metodologia que se baseou nos conceitos de estrutura de dependência das distribuições de retorno desses ativos. Essa abordagem envolve duas etapas: (i) analisar a dependência das caudas, identificando os valores extremos no valor de mercado do ouro e do IBrX 100; e (ii) testar a dependência condicional entre ambos os ativos, utilizando, para tanto, teste de razão de verossimilhança.

Os resultados das hipóteses testadas indicaram que o ouro tende a apresentar comportamento não extremo diante de desvalorizações extremas do IBrX 100, caracterizando-o como um fraco valor refúgio. Verificamos também que não houve co-movimentação na distribuição conjunta entre ouro o e o IBrX 100 em situações não extremas, caracterizando-o como hedge nesse caso.