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A governança corporativa (GC) colabora para a redução da assimetria informacional entre os investidores (Kashmartian et al., 2011), apresentando estreita relação com a estratégia e a sustentabilidade empresarial (Kashmartian et al., 2011; Ribeiro et al., 2014). Não obstante, o posicionamento empresarial estratégico alinhado à sustentabilidade sugere que as empresas socialmente responsáveis forneçam informações relevantes, através da contabilidade, aos shareholders e demais stakeholders.
Há uma desconexão entre o discurso e a prática da sustentabilidade, pois embora as empresas afirmem se preocupar com a divulgação de informações de forma transparente existem fatores que diferenciam o nível e a qualidade da evidenciação financeira entre as empresas e setores econômicos. Assim, o objetivo da pesquisa descrita neste artigo foi analisar a participação por setor econômico das empresas listadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBovespa no período de 2008 a 2013.
A literatura mostra que a evidenciação voluntária de informações socioambientais (e.g. Verrecchia, 2001; Dye, 2000) apresenta-se como estratégia promotora de melhorias na imagem corporativa, redução de potenciais custos de agência e estímulo à GC através de maior transparência organizacional. As atitudes sociorresponsáveis ampliam a responsabilidade social corporativa (RSC), além de gerar recursos econômicos, promovendo o bem-estar dos stakeholders e fomentando a comunicação organizacional.
Foi realizado um estudo empírico quantitativo e qualitativo, caracterizando-se como ex-post facto, operacionalizado por meio da análise de conteúdo. As informações foram analisadas segundo a participação das empresas listadas na BM&FBovespa e integrantes do ISE (amostra intencional pela relevância do índice para a sustentabilidade e responsabilidade socioambiental) classificadas por setor, subsetor e segmento, que totalizaram 25.948 resultados advindos de 202 observações entre 2008 e 2013.
Observou-se que: (i) não há padronização nas informações analisadas; (ii) há níveis diferenciados de evidenciação socioambiental entre empresas e setores; (iii) as empresas se declaram mais socioambientalmente responsáveis do que são, apresentando informações majoritariamente positivas e declarativas; (v) a evidenciação financeira é influenciada pelos órgãos regulamentadores e ainda não significa melhorias na GC, mas uma tentativa de aumentar a credibilidade e melhorar a imagem das empresas.
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