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O futuro está para ser construído - é múltiplo e incerto. Dentro das ciências sociais, cenários podem ser definidos como uma descrição de uma situação futura e de um curso de eventos que permita mover de uma situação original para essa situação futura (Godet & Roubelat, 1996). Atualmente, tem-se à disposição uma enormidade de métodos e ferramentas para construção de cenários, entre eles métodos de abordagem essencialmente racionalista, como o método de Michel Godet (1993).
A proposta desse trabalho é reduzir, a partir do método de Michel Godet e suas ferramentas, a complexidade no processo de construção de cenários ao mesmo tempo em que mantém a robustez das conclusões. Isso é realizado ao integrar em apenas uma etapa a análise estrutural e a análise de impactos cruzados, reduzindo a quantidade de informações necessárias para alimentar as ferramentas e melhorando o processo de feedback.
Análise Estrutural é um instrumento que oferece a possibilidade de descrever um sistema com o auxílio de uma matriz que relaciona todos os elementos constituintes desse sistema. O objetivo desse método é fazer emergirem as variáveis essenciais para a evolução do sistema. Método de Impactos Cruzados é o nome da técnica de avaliação das mudanças na probabilidade de ocorrência de um determinado evento quando relacionado à ocorrência anterior de algum outro evento.
Nesse processo, a matriz de impactos cruzados é preenchida antes da análise estrutural, sendo essa última um "output" da primeira ferramenta. Pelo método hipotético-dedutivo interpreta-se que há proporcionalidade entre as formas de mensurar o nível de influência entre duas variáveis: a propagação de efeitos na análise estrutural versus a normatização da soma dos valores absolutos dos desvios entre probabilidades a posteriori e a priori de todos os estados mutuamente exclusivos das variáveis.
A proposta apresentada gera uma metodologia que pode ser resumida da seguinte forma: (1) Determinação das variáveis, estratificação de seus estados e aplicação do método de impactos cruzados; (2) Cálculo da soma das diferenças entre as probabilidades a posteriori e a priori de cada estado das variáveis do sistema. A análise estrutural é gerada pela matriz de impactos cruzados; (3) Construção do espaço morfológico; (4) Cenários probabilizados via subespaço morfológico; (5) Teste de sensibilidade.
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