Dohme (2001) afirma que, no Brasil, um novo padrão de voluntariado iniciou após 1990, onde foram criados centros de voluntários de referência, que objetivaram divulgar, capacitar e organizar a oferta e demanda de voluntários. Esses centros investiram na capacitação e na produção de conhecimento sobre o tema, por meio de cursos, seminários e estudos que resultaram nas primeiras produções de pesquisas sobre ação voluntária no Brasil e no interesse na organização e gestão do trabalho voluntário.
Esta pesquisa tem como objetivo analisar os estudos publicados no Brasil sobre o tema da gestão do voluntariado, para com isso mapear estudos teóricos e empíricos nacionais. Busca-se a partir do panorama apresentado neste estudo, contribuir para a academia e para o avanço das futuras pesquisas relacionadas à gestão do voluntariado. Este estudo também poderá contribuir tanto para instituições e pessoas que possuem interesse pelo tema.
Para Corrulón e Filho (2002) um Programa de Voluntariado deve se apropriar de conceitos e métodos modernos de gerenciamento, típicos das empresas, sobretudo metas claras, sendo fundamental criar e manter um programa de voluntariado em sintonia com seus valores e objetivos, passando a ter uma função até mesmo estratégica, alocado a algum departamento, normalmente Recursos Humanos, e contando com a presença de um coordenador que irá acompanhar, coordenar e avaliar o trabalho voluntário.
Foi realizada uma pesquisa bibliométrica de caráter exploratório-descritiva, em dados secundários, constituídos pelos estudos realizados no Brasil sobre Gestão do Voluntariado. Para tanto fez-se uso de categorias de análise que compreenderam: (a) ano, (b) publicação, (c) classificação da publicação, (d) metodologia, (e) natureza da pesquisa, (f) técnica de coleta de dados, (g) autores, (h) temas, (i) objetivos, e (j) resultados. Essas informações foram apresentadas em forma de tabelas.
Foram encontrados 13 estudos relacionados à gestão do voluntariado. O amostra foi composta por artigos científicos publicados em eventos ou revistas. A proporção se mostrou equilibrada, ainda que as revistas apresentem uma pequena vantagem. A média de autores identificados nos artigos foram de 2,23. Predominam as pesquisas práticas 92%, e qualitativas 77%, com uso de técnicas de entrevista, documentos e observação. E ainda, 54% das fontes são classificadas pela CAPES como “B” e 46% “A”.
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