RESUMO
Código: 69
Tema: Estrutura de Capital e Valor

 

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O Impacto da Crise Financeira Internacional de 2008 Sobre A Estrutura de Capital das Empresas de Países Desenvolvidos e Emergentes
 

Apesar da amplitude global, os impactos da crise financeira internacional de 2008 não foram sentidos de maneira homogênea pelos países. Além da retração econômica, redução no PIB, dos programas de recuperação financeira e da política fiscal expansionista, no período pós-crise, as economias industriais sofreram com aquele que foi considerado, segundo BIS (2010), o maior aumento de suas dívidas soberanas desde o período das grandes guerras, na primeira metade do século 20.

Um dos efeitos relevantes das crises globais, e não foi diferente com a financeira internacional de 2008, é a redução da disponibilidade de capital e do crédito. Sobre este ponto, questiona-se: como as empresas reagem à falta de crédito em períodos de crise? Em períodos de crise, a alavancagem das empresas se alteram? Motivado por estes questionamentos, o objetivo do estudo é verificar se a crise financeira de 2008 provocou mudanças na estrutura de capital das empresas de todo o mundo.

Estudos recentes como os de Dang, Kim e Shin (2014), Garcia-Appendini e Montoriol-Garriga (2013), Kayo e Kimura (2011), Mokhova e Zinecker (2014), Campello, Graham e Harvey (2010) Drif?eld e Pal (2010) e Das, Das e Lim (2009) mostraram que as estruturas de capital das empresas podem ser afetadas pelo comportamento de variáveis macroeconômicas e por características dos países em que atuam. Portanto é esperado que crises financeiras de escala global afetem as decisões de financiamento empresarial

Para a realização dos testes empíricos, foram coletadas, da Thomson One Banker Data Base, as informações contábeis de 29.803 empresas de 48 países. Ao todo foram levantados 210.816 pontos de observação, referentes ao período entre os anos de 2002 e 2013, contemplando uma média de 17.568 observações por ano. Foram calculadas as médias anuais de seis indicadores de alavancagem para o conjunto das empresas. O período considerado no estudo, de 2006 a 2013, foi dividido em três intervalos de tempo.

Os resultados dos testes mostraram (após aplicado o Teste de Normalidade de Kolgomorov-Smirnov e o Teste Não-Paramétrico de Mann-Whitney , com nível de confiança estatística de 95%) que as medianas dos indicadores de alavancagem são diferentes nos períodos Pré-Crise e Pós-Crise, quando considerado o conjunto total das empresas analisadas, o que significa que houve alteração nas estruturas de capital das empresas em função do contexto da crise financeira internacional de 2008.