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Tratando especificamente do setor sucroenergético, Oliveira et al. (2012) afirmam que os grupos estrangeiros são capazes de fomentar o desenvolvimento do comércio internacional de etanol, por garantirem o fornecimento continuado e por sua estrutura de exportação, que garantem a competitividade. Mas quando se adentra nos efeitos nas métricas sociais e ambientais, há poucos estudos que explorem os efeitos dos investimentos estrangeiros (Wang, Gu, David, & Yim, 2013).
O objetivo dessa pesquisa foi analisar a influência do capital estrangeiro e da capacidade produtiva na adoção de certificações sustentáveis no setor sucroenergético brasileiro. Logo, as hipóteses dessa pesquisa foram que (1) o investimento estrangeiro atue como indutor de práticas sustentáveis (Kline, 2012) e que (2) o maior porte esteja relacionado à adoção dessas práticas, diante dos custos de implementação (Shikida, 2013).
É fato a consolidação de grupos no setor com intensa participação do capital estrangeiro, haja vista que em 2010 eles já representavam 20% do capital no setor (Wilkinson & Herrera, 2010). Por outro lado, a adoção de certificações também pode impor barreiras competitivas para empresas menores, já que adaptar a organização sob todos os critérios exigidos gera custos que algumas empresas não são capazes de dispender (Walter et al., 2011).
Os dados foram analisados com o modelo multivariado de regressão logística binomial com procedimento de máxima verossimilhança (Menard, 2002; Pindyck & Rubinfeld, 1998). Essa técnica foi escolhida porque a variável dependente é dicotômica (o que não permite usar um modelo de probabilidade linear), e porque ela é mais robusta em relação aos pressupostos que outras técnicas, como a análise discriminante (Greene, 2011).
A origem do capital (nacional ou estrangeira) não diferencia a decisão das empresas em investir na certificação da Bonsucro. Por outro lado,o porte está positivamente relacionado com a adoção de certificação sustentável. Calculadas as razões de chance, o aumento de cada milhão de toneladas na capacidade de moagem representa um incremento médio de 42% nas chances de adoção de certificações sustentáveis.
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