Em comunicação científica existe certa concordância de que veicular resultados de pesquisas em periódicos estrangeiros é sinônimo de qualidade do trabalho desenvolvido por um pesquisador. No entanto, a qualidade do trabalho do pesquisador depende, dentre muitas variáveis, do tempo de maturação do trabalho, do financiamento a que o pesquisador teve acesso e até da capacidade técnica do pesquisador, que abarca desde sua formação acadêmica até sua criatividade.
O objetivo desta pesquisa é identificar, a partir de uma amostra de pesquisadores brasileiros da área de Administração, Ciências Contábeis e Turismo, quais são as características da formação acadêmica destes autores e se elas tem impacto na capacidade de veicular artigos em periódicos internacionais.
A revisão bibliográfica desta pesquisa perpassa sucintamente questões da comunicação científica e da pós-graduação em Administração, Ciências Contábeis e Turismo no Brasil desde a década de 1960. Por fim, a revisão encerra ilustrando o quanto a veiculação de artigos em periódicos internacionais influencia a avaliação de programas de pós-graduação stricto sensu.
Inicialmente fez-se a escolha da amostra. Decidiu-se que o recorte seriam os pesquisadores dos cinco programas de pós-graduação em Administração e Ciências Contábeis com conceitos 6 e 7 na Capes, pois estes tem o que a Capes denomina de desempenho de nível internacional. Depois disso, identificou-se os artigos veiculados em periódicos internacionais de Qualis A1 e A2 e fez-se a análise da formação acadêmica destes autores.
Os resultados mostraram, entre outras coisas, que a formação acadêmica dos autores em outras áreas além de Administração e Ciências Contábeis é bastante frequente, principalmente nas áreas de Economia e Engenharias. Também foi possível identificar com relativa frequência o fato de que alguma etapa da formação destes autores, entre graduação e pós-doutorado, se deu no exterior.
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