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No Brasil, sobretudo a partir dos anos 1990, com a intensificação do fenômeno da globalização e frente à pressão da concorrência, as organizações passaram a buscar alternativas em prol do aumento da competitividade. Entre elas, constituíram-se as alianças estratégicas intersetoriais (AEIs), formadas por entes de diversos setores (governos, empresas, organizações da sociedade civil), de forma a interligar as competências essenciais das entidades aliadas, enfatizando seus diversos efeitos.

Problema de pesquisa:“Que fatores críticos de sucesso emergem em uma aliança estratégica intersetorial e como a impactam?”. Objetivo: verificar quais fatores contribuem para a concretização ou não de AEIs, a partir de uma aliança surgida no terceiro setor Objetivos específicos: 1) abordar o estado da arte dessa literatura e observar evoluções desse conceito; 2) verificar de que forma os fatores de sucesso influenciam as AEIs; 3) discutir as implicações dos achados a partir do estudo do caso.

Estudam-se as alianças sob as lentes de autores diversos, como: alianças (KLOTZLE, 2002; TEECE, 1992); redes (SCHOMMER E FISCHER, 2001); parcerias (NOLETO, 2004); coprodução do bem público (DENHARDT E DENHARDT, 2003); coalizões (BAVA, 2002); e alianças estratégicas intersetoriais (NOLETO, 2004; AUSTIN, 2001; FISCHER, 2003). Sobre Fatores Críticos de Sucesso, o artigo explora autores como Fischer (2010) e Austin (2001), entre outros.

O presente trabalho está baseado em um estudo de caso de nível exploratório, com revisão bibliográfica e pesquisa documental e pesquisa de campo. Foi realizada triangulação das seguintes fontes de evidência: 1) questionário, com questões abertas e fechadas, aplicado por meio virtual para 273 membros; 2) entrevista semiestruturada realizada com executivos da organização estudada; e 3) observação participante mediante encontro realizado pelo Clube no mês de outubro de 2014.

Estuda-se como unidade de observação o Clube da Reforma, que surge do entendimento de que “melhorar a condição da habitação impacta diretamente na qualidade de vida e na saúde dos seus moradores e o acesso à moradia digna é um forte instrumento à inclusão social”. Com 273 membros de diversos setores, o Clube surge em 2008 e passa por uma fase de crescimento, estabilização e declínio, sem no entanto desaparecer, havendo uma retomada em fins de 2014.