RESUMO
Código: 1014
Tema: Comportamento Organizacional

 

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Símbolos e Poder: Um Estudo Sobre Valores Sociais Compartilhados Por Servidores Públicos
 

Dentro do contexto do serviço público, não há estudos acerca do poder a partir do ponto de vista dos servidores públicos enquanto valor social. Aos gestores das organizações, conhecer os símbolos e identificar os objetos (valores sociais) representados pelos mesmos, implica em uma maneira diferenciada de se abordar as motivações dos funcionários, com base no sistema de valores próprio do grupo.

O problema de pesquisa e o objetivo do estudo foram atrelados à identificação – por meio da interpretação de símbolos e da apreensão dos significados empregados – dos principais valores sociais relacionados a poder, que são compartilhados por servidores públicos. Almejou-se, além disso, compreender as implicações desses valores na vivência cotidiana desses indivíduos, cujo impacto é refletido nos serviços por eles prestados.

A revisão bibliográfica gira em torno do fenômeno valor, dentro da perspectiva sociológica da psicologia social, em uma vertente do interacionismo simbólico. O foco recai na abordagem dos valores empregada por Thomas e Znaniecki. Para esses autores, os valores sociais são “objetos” que possuem um “conteúdo” empírico, acessível aos membros de um grupo social e um “significado” em relação aos quais podem se tornar um objeto de atividade.

Foi utilizada a metodologia qualitativa interpretativa – sob o enfoque do interacionismo simbólico – de modo a subsidiar a construção e interpretação dos dados. Foram realizadas entrevistas com 30 servidores públicos pertencentes a uma organização federal da área jurídica, cuja questão central girou em torno dos símbolos de poder para esses indivíduos. O conteúdo coletado foi tratado por meio do procedimento de codificação e de categorização proposto por Flores (1994).

Entre alguns apontamentos, a análise dos dados indicou que algumas questões de poder, no serviço público, trazem implicações de cunho ético (utilização indevida dos poderes estatais). Também indicou que o cargo público pode ser percebido como fonte de poder de status social perante as pessoas e, ao mesmo tempo, fonte de baixa estima associada a estigmas sociais.