RESUMO
Código: 465
Tema: Planejamento e Organização de Cursos e Programas

 

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Produção Científica dos Recém-doutores em Administração no Brasil: Poucas Estrelas Numa Multidão de Baixo Desempenho
 

A formação de novos doutores em Administração visa, majoritariamente, formar novos professores e pesquisadores para integrar posições que requerem competência em pesquisa. Neste artigo, investigamos a produção científica dos novos doutores em Administração formados pelas universidades brasileiras.

Neste artigo, examinamos a produção científica (ou seja, a publicação de artigos em periódicos científicos com revisão pelos pares) dos recém-doutorados nos programas em Administração pelas universidades Brasileiras e analisamos a sua relação com o conceito do programa doutoral.

A produção acadêmica tem um papel importante na vida dos professores de programas stricto sensu (Stephan 1996; Ferreira, 2013; Maccari et al., 2014). As regras institucionais impostas pela CAPES exigem um certo nível de produção científica dos professores de um programa, para que este seja bem avaliado (Maccari et al., 2009; Nascimento, 2010). Portanto, os programas acabam por valorizar os pesquisadores mais prolíficos, tornando a produção científica um fator determinante para os pesquisadores.

A execução do estudo envolveu a construção de uma base de dados contendo o levantamento de todos os egressos de programas de doutorado em Administração entre 1998 e 2008, em universidades brasileiras, com dados dos Cadernos de Indicadores CAPES. Onze programas foram analisados, numa amostra final de 734 recém-doutorados. Também coletamos, nos currículos Lattes, os dados sobre a produção científica de cada doutorado durante os primeiros seis anos após titulação.

Os resultados mostram que um pequeno número de “estrelas” publica um grande volume de artigos e os melhores artigos (artigos de impacto), enquanto um grande número de recém-doutores publica muito pouco, ou nenhum artigo científico nos seis primeiros anos após titulação. O conceito CAPES do programa doutoral não demonstrou ser um bom preditor da produtividade futura dos seus doutores egressos.